Capítulo 6.10 - Sobre relacionamentos, sistemas e Deus

Desconstrução - Outros autores


Sobre relacionamentos, sistemas e Deus
Josimar Salum (trechos)



Escravidão é um condicionamento da alma.

Condicionamento da alma é o que torna uma pessoa escrava. É como um lindo canário amarelo que viveu a vida inteira em uma gaiola e que decidiu permanecer na gaiola, mesmo depois que a porta da gaiola foi aberta.

Religião, sistemas, tradições, culturas, métodos e crenças condicionam as almas dos homens.

Ninguém consegue usufruir a liberdade se ele/ela estiver limitado a um sistema. Isso se aplica a todos os aspectos da vida.

Analisando isto, por exemplo, na vida de muitos pastores, no sistema religioso não podem pregar a Verdade sem que lhes custe a posição, o emprego e salário.

Nós não podemos continuar fazendo as coisas para Deus com a melhor das intenções, mas não na Verdade.

Nós “ministramos” em estruturas que nos farão “fazer mais ministério” ao invés de ser o ministério (o serviço) de Deus.

Não há nenhum caminho pacífico quando se quer ser transformado.

Devemos ser convencidos de que não há nenhum caminho de Paz e em Paz que possa quebrar tradições e velhos paradigmas.

Assim que você desafiar o status quo e fizer as coisas ligeiramente diferentes e não da maneira convencional, espere uma forte reação e vingança.

Sistemas estabelecidos perseguem pessoas de novos sistemas. Pessoas presas a sistemas são vingativas.

É muito fácil para os homens e para as mulheres se entrelaçarem em estruturas, sistemas e métodos. É a sua cultura interna. Faz parte da sua natureza.

O coração idólatra do homem sempre faz as coisas de maneira que se torne servo e escravizado do que faz.

Então não espere mudanças tranquilas e pacíficas.

Mudanças sempre vão enfurecer alguém.

Ídolos não são quebrados sem que não haja ofensa, porque antes que alguém tenha feito uma escultura ou tenha pintado um quadro, primeiramente a obra foi fabricada no coração. O ídolo não é nada. O que o torna valioso é o coração de quem o fez ou aquele que o possui.

Muitos os chamam de “peças de artes”, mas tentem destruí-los até mesmo a menor das gravuras em algumas igrejas e você descobrirá que são mais que simples artes. Tente acabar com o uso de alguma revista, de alguma prática, enfim, com qualquer coisa estabelecida e sacralizada pelo grupo e você vai descobrir o que realmente são: são ídolos!

Sistemas, estruturas e ídolos não são como filhos, mas para os homens eles se tornam parecidos.

Primeiramente eles se tornam possessões (nossos mesmos) e em segundo lugar queremos ajudá-los a crescer, e aí em terceiro lugar nos tornamos orgulhosos deles e por fim se tornam intocáveis e indestrutíveis.

Assim acontece com ministérios, denominações, toda e qualquer iniciativa humana que seja institucionalizada.

Tente mudar a tradição, cantar uma canção diferente, fazer algo novo, queimar seus livros e sua historia, simplesmente tente isso… e você verá o quanto lhe custará.

Métodos, sistemas, culturas e ídolos feitos por homens são ídolos do coração. Destrua-os e você despedaçara muitos corações.

Apesar de que em nossa cultura estamos convencidos de que precisamos de sistemas, tome cuidado! Novos sistemas se tornam velhos sistemas assim que são inaugurados.

E são como corpos de mortos. Nosso pensamento nos faz ostentar uma imagem que cheira carne podre ante ao nosso Deus Vivo.

Estruturas são como andaimes que não podem permanecer depois que o prédio foi construído. O problema é que depois que a casa é construída o andaime permanece e a casa é demolida.

Estruturas para Reino de Deus são apenas como o jumentinho que serviu Jesus para que entrasse e passasse pelas ruas de Jerusalém. Quando Jesus desceu do jumentinho ele deixou de ser uma necessidade.

Um exemplo:

A Bíblia claramente diz que o “nem só de pão vive o homem”.

O homem não precisa de água, alimento ou qualquer outra coisa para existir. O homem precisa de Deus. Ele é a fonte da Vida.

Mas o pão e a água tornam-se seu alvo e uma fonte em si mesmos quando o homem se esquece de Deus. Mesmo desprezando Deus o homem continua existindo por causa de Deus porque é “NEle que nos movemos e existimos.”

Mas isso é difícil de se acreditar com nossa mente filosoficamente adestrada nos sistemas humanos. Beber água e comer alimentos são simplesmente provisões de Deus. E sendo provisões DEle então afinal precisamos somente DEle.

Na Bíblia todos os sistemas são transitórios. Todos as tendas e prédios e montes onde Deus manifestou Sua Presença foram transitórios, passageiros. Como o jumento que carregou Jesus através de Jerusalém.

Desde Alpha, percorrendo através do tempo e pelo espaço, por todos os milhares de dias e anos, em todos os lugares e por todos os acontecimentos até Omega, a casa, o tabernáculo, o templo, a arca, o santuário, as pedras, a montanha do Senhor, a Cidade de Deus e a lista vai aumentando, todos eles, se tornam “O Ser – Deus e o Seu Povo.”

Todas as construções passaram. Até mesmo os céus e a terra que agora existem em breve (no breve de Deus) terão passado.

Nós somos morada de Deus, Tabernáculo de Deus, Templo de Deus; Arca de Deus; Santuário de Deus, Pedras de Deus e Nós, a Igreja (povo) somos a Montanha e a Cidade, a Nova Jerusalém.

E meu ponto final o mais simples que possa ser é:

Deus sempre usou pessoas.

Deus sempre usa pessoas.

Homens/Mulheres são os únicos métodos de Deus.