Capítulo 9.4 - Pergunte, sim, o porquê

Oração e provação


Pergunte, sim, o porquê 



O Positivismo de Augusto Comte, ensina que "não se busca mais o 'porquê' das coisas, mas sim o 'como' ".

Creio que foi daí que os religiosos passaram a ensinar que não devemos perguntar ao Pai o porquê das coisas, mas sim para que. Cansei de ouvir líderes religiosos falando isso, principalmente quando alguém morria ou ficava muito doente. É por isso que não se descobre a causa dos problemas e não se pode orar corretamente, e assim o problema não é resolvido. E tratam apenas os sintomas e não as causas.

Para ser liberto é fundamental saber o porquê a pessoa tem este ou aquele sintoma e assim tratar a causa do problema. Essa é uma diferença básica entre libertação e exorcismo. Exorcismo trata os sintomas, libertação trata a origem dos sintomas.

Há várias causas para os problemas. Pode ser pecado, pode ser provação, pode ser maldição. Se não sabemos a origem, a solução fica mais distante. Por isso precisamos perguntar, sim, o porquê das situações.

Refletindo mais um pouco sobre a Síndrome de ser como Jó, gostaria de contar o que eu faço quando acontecem tragédias na minha vida.

Aqui em casa dor de barriga não é simplesmente dor de barriga. Não perguntamos somente o que comemos no dia anterior. Nossa primeira pergunta é a causa espiritual da dor de barriga.

Quando passo por tragédias, como enfermidades, problemas familiares, problemas financeiros, enfim, qualquer tragédia, por menor que seja, paro e pergunto ao Eterno: “Onde foi que eu errei?” E aguardo a resposta.

Interessante é que se realmente fiz alguma coisa errada e estou sofrendo as consequências a resposta vem bem rapidinho. Lembro do que eu fiz e me arrependo, peço perdão e procuro não repetir o erro.

Mas às vezes eu não fiz nada de errado e tenho discernimento de que estou sendo alvo de algum ataque espiritual. E essa resposta também vem rapidinho. Por isso faço guerra preventiva todos os dias.

Mas quando é provação, é um pouco mais complicado. Eu oro, pergunto onde foi que errei, espero, espero e vou confessando tudo, até o que acho que não errei. Faço uma avaliação criteriosa das minhas ações e pensamentos naquela situação, penso, penso, medito, quase quebro a cabeça, e espero a resposta. Ouço acusações das pessoas, peso minha consciência, converso muito com o Pai. Bem parecido com o que Jô viveu. E um dia a resposta vem e entendo tudo.

Nossa ignorância nesses assuntos não nos permite passar por provações de maneira mais tranquila ou madura. Eu até tento não murmurar, não reclamar, faço tudo para tirar uma boa nota, para não ser reprovada e ter que realizar a prova de novo. Mas não é fácil. O mais difícil é entender que a situação é uma provação. Se entendêssemos logo no início seria muito mais fácil vigiar. Mas procuro aprender as lições para estar mais preparada na próxima “avaliação do bimestre”, torcendo para que chegue logo o final de mais um “ano letivo”. Afinal, dor de barriga não dá uma vez só.